Identidade digital descentralizada

KYC Identidade digital

Identidade digital descentralizada (KYC) , um passo presente para o futuro

Identidade digital descentralizada consiste na autenticação em determinada blockchain ( rede de dados ) de um utilizador. Este permite ou restringe o acesso aos seus dados pessoais através de opções da aplicação desenvolvida, podendo ser utilizada em determinados contextos.

Reflectindo nisto, um pouco à semelhança do que acontece presentemente em determinado contexto, como por exemplo, quando se inscreve num site, que é obrigado a ter o registo da informação recolhida é facultada pelo utilizador. Neste caso existe uma entidade interveniente e toda uma política de RGPD, no entanto, temos três entidades. O utilizador, a entidade de registo e o regulador, que desenvolvem os seus papéis em diferentes áreas de atuação .

KYC Identidade digital
Foto : Selfkey

Nos artigos Proof-Of-Health, uma via de confirmação e Turismo da Europa, Passaporte de Vacinação apresentei também alguns exemplos, como por exemplo o mais sonante no presente. Passaporte de Viagem, Certificado Verde, Passe Verde, Passaporte de Vacinação, o que quiserem chamar na imprensa tradicional ou pela classe política. Na realidade, é uma autenticação KYC, em que diz, que determinada pessoa já fez a toma da vacina, qual ou o resultado do teste recentemente .

A partilhar por exemplo em determinado aeroporto da Europa , a informação poderá ser: Nome, está vacinado, Teste negativo e fotografia do utilizador da aplicação de blockchain. Dados como data de nascimento, estado civil, não são importantes para uma pessoa no aeroporto em processo de check-in.

Com o incremento de projetos na esfera dos cripto ativos, incremento de Dapps associadas aos mais variados projectos, a necessidade de autenticação é necessária. Aqui fica uma lista de projetos centrados em KYC (Know Your Customer), enquanto forma também de prevenir o lado obscuro que tanto se apregoa destes projetos (curiosamente a moeda mais utilizada até é o dólar americano).

Identidade digital descentralizada, o que utilizar?

3Box

Projeto apresentado como a próxima geração de framework para gestão de dados de utilizador na internet. Desenvolveram a CERAMIC e outras aplicações. Ceramic é sinónimo de rede descentralizada para verificação de informação dinâmica.
Url :
https://3boxlabs.com/

Blockpass

Um protocolo de identidade digital descentraliza auto-soberano baseado em blockchain. Oferece serviços compartilhados de conformidade para pessoas, empresas, objetos e dispositivos. Já integrado em alguns bancos virtuais, exchanges, plataformas ICO, plataformas STO e crypto wallets.
Url : https://www.blockpass.org/  .

Bloom

A ideia de validação de dados e pessoas em destaque. Uma tentativa de redução de fraude, através da autenticação de dados do utilizador e possíveis fundos associados. Bloom disponibiliza para o consumidor a autenticação da pessoa e monitorização do crédito, segurança por exemplo em edifícios atribuindo scores de utilizador.
A monitorização de possíveis hacks, através de notificações para o utilizador, utilizando uma função de radar, para utilizações indevidas. Naturalmente que existe também o serviço para empresas, imagine por exemplo o acesso ao edifício da empresa ou áreas do edifício, via autenticação dos utilizadores e a que áreas podem ter acesso.
Url: https://bloom.co/ .

BrightID

O chamariz da BrightID, como eles denominam é o Proof of Uniqueness. Na realidade, o equivalente ao número de Cartão de Cidadão. É único! A ideia do conceito parte da utilização de dados não personalizados, no entanto, que prove o seu lado humano sem colocar em risco a sua privacidade.

Conceito de open source, transparente, gratuito. Após registo o intuito é aceder a várias aplicações ou locais, somente com uma autenticação na BrightID ( um pouco à semelhança do que acontece com a criação da conta Google e posteriormente o login em outros sites através da conta Google). Neste último caso, altamente intrusivo, uma vez que os dados inseridos em Google são partilhados com o novo site e possíveis de cruzamento com cookies do mesmo. Bem, na realidade online, seguro é não estar online.
Url: https://www.brightid.org/

Civic

Já falei por diversas vezes em CIVIC. Talvez pelos testes e envolvimentos da Civic em matéria de pandemia . É um ecossistema e ferramentas de autenticaçao da pessoa, conferindo a opção de partilhar a informação ( e que informação ) com outros utilizadores / empresas ou privados. É possível validar a sua identidade digital descentralizada para compras, logins e acesso a espaços fechados ou utilize para armazenar, enviar e receber Bitcoins.
url: https://www.civic.com/

Colendi

Proporciona uma alternativa para o cenário presente de tecnologias financeiras. Os recursos são utilizados no sentido de pontuar e detectar fraudes, através de algoritmos de aprendizagem da máquina (machine learning). Os processos são dinâmicos e baseados em aprendizagem contínua . Uma ligação forte ao micro crédito e espaçamento dos pagamentos na vertente de crédito, de acordo com a vontade do utilizador e avaliação do risco. Perigoso por um lado , dependendo da literacia financeira da pessoa, com controle por outro, através da análise do histórico.
url: https://www.colendi.com/

Hydro

Desenvolvida para utilização em várias redes (Polkadot, Ethereum, outras), os protocolos e dApps utilizam o Hydro token. Estes são utilizados em smart contracts reduzindo a quantidade ao longo do tempo. O projeto está fortemete ligado à segurança das contas dos utilizadores, identidades e transacções.
Url : https://projecthydro.org/

Identity

É um ecossistema que fornece acesso por consulta através da verificação de identidade de uma forma segura. Uma forma de garantir aos utilizadores, a quem solicita os dados e a quem verifica a nível mundial um custo de validação de identidade reduzido. Curiosamente recorre à CIVIC nesta matéria, anteriormente mencionada.
Url : https://www.identity.com/

Jolocom

O intuito de criar soluções futuras para a esfera da identidade digital, flexivel e com possibilidade de escalar. Como é habitual, uma Wallet para a gestão de dados pessoas e partilha dos mesmos em outras plataformas. Algum trabalho desenvolvido na área de prova do conceito para soluções governamentais.
Url : https://jolocom.io/

Selfkey

Uma blockchain baseada no sistema de identidade digital descentralizada, permitindo aos utilizadores informação pessoal segura, controlável do ponto de vista de facultar ou não a sua identidade digital. Empréstimos DefI, estruturas corporativas, configurações de taxas em ETH, privacidade, área da saúde, entre outras funcionalidades. Tudo disponível na Selfkey Wallet . KEY Token vs preços USD.
Url : https://selfkey.org/

Sovrin

Um protocolo de identidade auto-soberano baseado em blockchain. Oferece serviços compartilhados de conformidade para pessoas, empresas, objetos e dispositivos. Já integrado em alguns bancos virtuais, exchanges, plataformas ICO, plataformas STO e crypto wallets.
Url : https://www.blockpass.org/  .

A questão é … qual a melhor? Não existe a melhor, existem opções de verificação, segurança de identidade digital do ponto de vista de soluções disponíveis. Caso pretendam ver mais informações, em cada uma deixo o link para consulta.

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Turismo da Europa, Passaporte Vacinação e Clean & Safe

Turismo, Clean & Safe, Vacinação, Testagem

Turismo da Europa, Passaporte Vacinação e Clean & Safe

Turismo da Europa e os seus ministros, vão dialogar sobre os planos de consenso de regras Europeias para as viagens e mais concretamente a questão de vacinação da população Europeia e o recurso ao certificado de vacinação. Se em Portugal é relativamente fácil fruto de elaborados planos de vacinação nacional, já na Europa estes são variáveis e mais redutores em matéria de programa, estando a população Portuguesa no topo dos programas.

Em artigo anterior abordei a experiência americana, curiosamente através de cripto ativos, mais concretamente Civic , que vai mais longe para além do conceito de Proof-of-Health , que é já um resultado do ponto de partida na autenticação de cada indivíduo em um único local, permitindo ao utilizador com quem e que informação pretende partilhar.

Pela Europa, o primeiro passo é dado com o diálogo sobre que regras e que forma de certificação ou validação e em que condições podem as pessoas viajar . Quando digo viajar, digo mesmo a forma de transporte enquanto meio de locomoção. De facto , é o 1º passo pós selecção de destino, no entanto a jusante o impacto é outro . Hóteis, empresas de animação turística centradas em experiências e por último, os profissionais associados ao sector, seja um guia turístico, recepcionista de um hotel. Em concreto, toda e qualquer pessoa que tenha interacção directa no turismo 

Turismo, Clean & Safe, Vacinação, Testagem
Fotografia por Yoal Desurmont on Unsplash

O turismo como o conhecemos de 2018/2019, anos de ouro para Portugal, será distinto . Apesar da imensa vontade de viajar, fruto da saturação mental que as pessoas já apresentam resultante de confinamentos prolongados ou profundas alterações no dia a dia ( incremento de suicídios e doenças de foro psicológico), o turismo será diferente.

Imediato ou gradualmente?

Quando se discute o que será o passaporte europeu de vacinação ( ou certificação de vacinação ), o maior problema é precisamente a vacinação , fruto de rupturas no abastecimento aos Países Europeus, apesar de contratos celebrados com as diversas farmacêuticas. Estes mesmos contratados não são respeitados em termos de abastecimento, provocando o atraso nos programas de vacinação em cada estado Membro da União Europeia e por consequência a desejada imunidade de grupo.

Acrescido a este processo, temos ainda dois factores. Se por um lado as farmacêuticas anunciam taxas de eficácia de 66% a 95% (depende da vacina / laboratório farmacêutico ), por outro lado a toma não significa imunidade por vários motivos ( tempo de criação de anticorpos, percentagem menor de contracção do vírus, percepção de imunidade pelos tomadores da vacina criando novos hábitos de higienização ).

Com este enquadramento, a reflexão passa por que novos ( se é que existem novos ) padrões de serviço deverão os agentes do turismo ter . Deviam também ser vacinados, fruto da nova exigência dos consumidores de serviços de turismo ? ).

A avaliar pela retórica apresentada até ao presente (28-fev-2021) na ausência de uma vacina, será um teste covid19, no entanto também é conhecido o outro lado da moeda, a inexistência efectiva do controlo de fronteiras, especialmente via área e a recusa de quem viaja na apresentação ou realização dos testes para o efeito. Assim sendo, que controle e/ou que certificação apresenta uma pessoa que viaja? Por outro lado, o que é exigível? É perceptível que é todo um plano gradual, por vezes lento, com decisões incorretas verificadas no tempo.

Turismo da Europa e as possíveis alterações Clean & Safe. Que novos desenvolvimentos?

Decorria o mês de Março 2020 e o famoso selo Clean & Safe passou de ideia a praticamente obrigatório, através da elaboração de um conjunto de medidas e apoios financeiros para as empresas. Um trabalho a determinado momento burocrático, mas até perceptível ao nível das exigências, nomeadamente através de planos de higienização e contingência definidos, onde a fiscalização in loco foi reduzida.

 Um facto confirmado é uma nova realidade para o tecido empresarial do sector do turismo, onde alguns fecharam os seus negócios, outros suspenderam actividades e uma última parcela fez reinvestimento de capital financeiro acumulado ao longo de anos e sobretudo recorreu a apoios financeiros, com base em quebras percentuais de vendas. Contudo, as novas abordagens de 2021, nomeadamente com o passaporte ou certificado de vacinação / testagem apresentam uma nova realidade.

Passaportes para Profissionais do Turismo da Europa / Portugal ?

Uma realidade em que existem os negócios com o Clean & Safe, os consumidores testados ou vacinados, dependendo dos critérios de vacinação de cada país , embora em alguns sejam uniformes. Mas então e os profissionais do sector do turismo, na sua grande maioria com idades compreendidas entre os 21 e os 50 anos, reduzido histórico de doenças de forte impacto para o Covid , deverão também ser testados e devidamente certificados?

Nesta matéria vamos ter uma incoerência , uma vez que o plano atual de vacinação e face ao atraso de fornecimento , não está previsto previamente a Outubro de 2021. Neste sentido e com atrasos, a expectativa é para 2022, o que significa que 2021 será mais um ano perdido a que se adiciona o 1º trimestre de 2022, habitualmente com menores vendas que o restante período do ano.

Neste sentido, surge uma nova incógnita . Deverão os profissionais do setor do turismo, prestadores de serviços proceder à testagem Covid19 e serem devidamente certificados para o desempenho das suas funções?

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Proof-of-Health, uma via de confirmação

Civic, Proof-of-Health

Proof-Of-Health ou Passaporte de Vacinação? Uma via de confirmação.

Proof-of-Health , passaporte de vacinação, passaporte sanitário como alguns sugerem, afinal o que queremos fazer transparecer dos futuros caminhos a seguir? É o futuro ou um passado já existente e curiosamente em Blockchain , onde Estados afirmam de forma consecutiva que são coisas para terroristas, tráfego, etc. A opinião pública de cripto ativos está dividida com tantas associações positivas e negativas, onde Bitcoin é o mais conhecido. Começo pelos Estados Unidos, numa fase pós Trump.

Civic, Proof-of-Health
Photo by Civic Technologies

Estados Unidos da América, Civic (CVC) e Proof-Of-Health

Pelos Estados Unidos , a Civic Technologies , uma empresa baseada em São Francisco trabalha na área de soluções de identificação digital, conjugando também uma Civic Wallet para identificação digital segura, associando um vasto leque de cartões de identificação ( carta de condução, identificação, passaporte e permissão de residência ).

Em Junho de 2020 a realização de uma parceria com o Circle Medical Hospital ( USA, São Francisco ) adicionou o acto de vacinação à identificação na sua wallet ( carteira ) cujos os dados ficam em blockchain , perfeitamente privados para o utilizador. Um passo gigante, denominado de “Proof-of-Health”. Em que consiste? Numa primeira fase a disponibilização de prova de saúde, com a associação dos resultados do Teste Covid-19 associado ao seu perfil / carteira digital. Mais de 100.000 pessoas entraram posteriormente numa beta waiting list , que ficou online posteriormente.

Privacy Proof-of-health verification , o termo utilizado pelos Norte-Americanos é seguramente o passo seguinte a nível mundial . A Civic Technologies afirma que foi desenvolvido para, em primeiro lugar, proteger a privacidade individual de cada utilizador da app / blockchain . Os utilizadores têm o controlo absoluto da sua informação e com quem a querem partilhar , seja num futuro acesso a um local de trabalho, seja num aeroporto ou em qualquer outra atividade.

O primeiro passo da adesão à Civic Technologies Wallet é a autenticação da pessoa , recorrendo a Inteligência Artificial e à tecnologia blockchain. Após a verificação os utilizadores adquirem o controlo absoluto do que querem partilhar. Um exemplo para percepção ? Ao visitar um hospital é possível partilhar a informação de vacinação em dia ou resultados do teste Covid, mas não facultar a informação do passaporte ou carta de condução que são desnecessárias . Qualquer lugar com acesso pode ser aderente, como por exemplo um ginásio, lojas de retalho, espaços públicos com controlo de acessos, museus, escritórios, escolas, entre outras lojas.

Reino Unido a caminho do Proof-of-Health

O Reino Unido pretende o maior número possível de vacinas realizadas face aos resultados do Covid e até ao momento as pessoas vacinadas recebem um cartão de vacinação exclusivamente de Covid. Os dados são adicionados aos registados médicos de cada indivíduo. Em termos políticos, é considerado a forma das pessoas provarem que são de risco menor na cadeia de transmissão ou de efetivamente terem Covid.

Existe a possibilidade do passaporte de vacina ser adicionado ao sistema atual, disponível através da aplicação NHS app. Vantagens? A possibilidade das pessoas demonstrarem através de uma aplicação móvel que receberam a vacina e/ou a realização de um teste negativo.

Também por terras de sua Majestade esta aplicação e a possibilidade destes dados são controversos, existindo presentemente uma petição para a não inclusão destes dados relacionados com o Covid por parte de mais de 200.000 pessoas que já assinaram a petição. Qual o principal impacto? A discussão em parlamento, à semelhança do que acontece em Portugal com outros números mínimos.

União Europeia e o Passaporte de Vacinação

Caminhamos para uma análise dos requisitos técnicos, uma análise que levará três meses de acordo com a presidente da União Europeia . A Europa está agora em movimento a dar os primeiros passos, centrada numa visão de vacinação.

Avançamos para uma visão redutora de vacinação Covid19? Algo mais amplo que integra o sistema de saúde dos Estados membros, criando uma base de dados Europeia e partilhada entre Estados? Os próximos meses são cruciais para novos desenvolvimentos nesta área, até com intenção de incrementar o comércio internacional e nomeadamente o Turismo e os vários agentes económicos integrantes. Hotéis, Aviação, Animação Turística, Agências de Viagens , entre outros agentes. 

Portugal

Reinventar o turismo, para além dos serviços prestados seja pela melhoria dos mesmos, seja por inovação dos novos serviços, qualidade elevada prestada ao cliente , passa também ( e sobretudo) pela melhoria dos processos dentro da própria empresa e entre empresas, fruto das parcerias geradas neste período avassalador.

Novos posicionamentos podem passar também pela abordagem de novos mercados. Porquê? Porque o desconfinamento ( à data deste artigo, Fevereiro 2021), irá ter impactos diferentes em cada País, especialmente nos mercados mais comuns e atractivos para o turismo Português. Reinventar da prestação dos serviços será necessária, via parcerias, alteração do modelo de negócio ou pura e simplesmente de processo. 

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